Sorteios para estimular as vendas

A sorte está lançada. Com a proximidade do final do ano, comércio investe fortemente em promoções e sorteios para atrair os consumidores

Imagine entrar em uma loja, comprar roupa e sapato, gastar um pouco mais de R$ 200 e, dias depois, ganhar um apartamento avaliado em R$ 312 mil. E desembolsar R$ 50 para comprar um ferro de passar e entrar na disputa por uma carro zero-quilômetro. O varejo este ano resolveu dar uma forcinha para a retomada da economia, já com expectativa geral de vendas entre 15% e 20% superiores às do Natal de 2008, e intensificar a promoção de sorteios que vão dar desde imóveis a bolsa de estudos, passando por viagens e carros. Tudo atrelado a um valor mínimo em compras.
Tal comportamento tem sido visto não só no Natal pernambucano mas também em outros Estados, como Rio de Janeiro e São Paulo. Oficialmente, a oferta de mimos de alto valor tem como objetivo “agradecer à clientela pela fidelidade”, etc e tal, mas, na prática, a contabilidade de vendas dos shoppings e das indústrias sempre sobe quando as promoções entram em cena.
O Shopping Recife lançou no dia 15 deste mês a campanha intitulada de “O presente da sua vida” e vai dar um apartamento da Queiroz Galvão, situado em Boa Viagem, no prédio Maria Nice. A professora Mônica Ratis já entrou no clima e começou a gastar no shopping. “Já tenho um imóvel, mas posso vender e completar minha casa”, programa. Ela acredita que vai participar da promoção com mais de um cupom. “Os gastos do final de ano só estão começando. Ainda vou comprar coisas para meus filhos”, comentou. A urna – que já começou a ser preenchida – fica no meio do mall do shopping, só para garantir que a ação não passe despercebida pelo consumidor. A regra é a seguinte: a cada R$ 200 em compras, o consumidor troca por um cupom. Para compras feitas por meio do Visa – débito ou crédito – o gasto vale o dobro porque essa administradora é parceira da ousada promoção. E expectativa é tão positiva que entre os shoppings o maior percentual de acréscimo esperado é o do Recife, com alta de 20% nas vendas em relação a 2008.
Seguindo a estratégia de quanto mais compras mais cupons, a linha de brinquedos Fisher-Price tocou no ponto fraco dos pais e vai trocar cada R$ 90 em notas por tíquetes que podem valer cinco anos de escola. O acúmulo de notas vai até o dia 16 de dezembro, com cinco sorteios. O valor de cada bolsa é de R$ 800 mensais, somando um total de R$ 48 mil. As compras terão os valores cumulativos. Ou seja, se a pessoa comprou R$ 50 e depois R$ 60, terá um cupom e ainda poderá usar os R$ 20 restantes e outra ficha para o sorteio. “Nunca a empresa fez uma promoção dessa. Já fizemos uma outra onde demos notebook infantil. Estimamos vendas 20% maiores do que as do ano passado”, comentou a promotora da marca que atua na loja Hi Happy do Shopping Recife, Maria Cristina de Moura Pinheiro. A promoção vale para as revendas da marca Fisher-Price.
Mas se o consumidor não tem filhos, pode resolver pintar o imóvel e concorrer a outro bem. A Iquine resolveu pontuar seus 35 anos de mercado com uma promoção e tanto. A cada R$ 100 em compras, o cliente concorrerá a um prêmio no valor de R$ 70 mil para adquirir uma casa. “Serão três prêmios e foi a forma encontrada pela empresa para agradecer o momento que a gente tá vivendo, com boa presença de mercado. A promoção começou em outubro e vai até fevereiro, com o sorteio marcado para o dia 25”, explicou a gerente-regional de marketing, Laura Barros. Só para visualizar o impacto de uma campanha como esta, foram impressos mais de um milhão de cupons. Nesta época do ano, a empresa estima um acréscimo de 30% sobre as vendas. “Com a promoção, podemos chegar até a 40%”, projeta Laura. A Iquine hoje já detém 35% de market share no Nordeste, região de maior pontuação, mas também atua no Norte e em parte do Sudeste.
Com atuação no Sudeste, as Casas Bahia também resolveram apostar no imóvel, avaliado em R$ 65 mil, para alavancar vendas. A cada R$ 200, será concedido um cupom ao cliente. Serão oito sorteios onde o ganhador poderá indicar um amigo para ganhar o mesmo prêmio. (Jornal do Commercio // Carla Seixas
cseixas@jc.com.br)

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