Nordeste resiste à crise

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A economia nordestina vem observando um comportamento de resistência à crise internacional, pelo menos, por enquanto. Seu crescimento, em ritmo acelerado, coloca a região à parte do resto do País, onde a concentração do maior peso das decisões econômicas alimenta, cada vez mais, a possibilidade de um ciclo recessivo. O Nordeste, em termos de crescimento econômico, sempre ocupou posições secundárias, em razão da fragilidade dos fundamentos de sua economia. Esse quadro sofre mutações por conta dos investimentos na região.

Projeções do Banco Central indicam haver a economia brasileiro crescido 1,1% no primeiro trimestre deste ano e 0,7% no segundo trimestre, em relação a igual período de 2010. Nessa conjuntura, o Sudeste registrou crescimento de 1,4% nos três primeiros meses do ano, e 0,6% no segundo trimestre, percentuais bem próximo da média nacional alcançada. Na região nordestina, a variação do Produto Interno Bruto alcançou 1,6% nos dois trimestres seguidos.

Há muito, o semiárido não conseguia resultados positivos como estes, levando-se em conta a sua fragilidade e as expectativas dos efeitos negativos de uma depressão em escala mundial, decorrente da crise nos grandes mercados, especialmente, nos Estados Unidos e na Europa. No modelo de economia globalizada, todas as mudanças de rumo, para pior ou melhor, afetam tanto os países estabilizados como as nações dependentes do terceiro mundo.

Esses efeitos danosos começam pelas restrições impostas pelos mercados compradores das economias do primeiro mundo, paralisando as exportações do terceiro mundo e, consequentemente, provocando o acúmulo da produção. Esses efeitos negativos começam pelo agronegócio, como ocorreu em 2008, expandindo-se também pela indústria incipiente dos países em desenvolvimento. Neste ano, o desenho da crise começou pelas Bolsas de Valores, o segmento mais sensível no mundo dos negócios, prevalecendo, agora, a expectativa.

O crescimento do PIB nordestino, mesmo diante das possibilidades de outro ciclo recessivo, se deve, em larga escala, aos investimentos públicos liderados pelo governo federal. O melhor exemplo se verifica na Região Metropolitana do Recife, onde o Porto de Suape vem absorvendo aportes de R$ 24 bilhões oriundos do poder público e da iniciativa privada.

Em razão desse volume de negócios, a taxa de desemprego, outrora das mais elevadas da região, despencou para 6,3%. Onde há empreendimentos, recursos em circulação, oferta de emprego e geração de renda há crescimento econômico. Além de Suape, as obras da ferrovia Transnordestina oferecem 11,5 mil empregos, partilhados entre os Estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Este fato foi suficiente para atenuar os efeitos da seca registrada em boa parte do sertão nordestino. De quebra, metade das 13 milhões de famílias, beneficiadas pelo programa Bolsa Família, vive no Nordeste. O reajuste de 19,4% no valor dessa renda extra contribuiu, sobremaneira, para melhorar as condições de sobrevivência das famílias situadas abaixo da linha da pobreza. O Nordeste vem resistindo aos efeitos da possível crise anunciada.

Um comentário em “Nordeste resiste à crise

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  1. o q é muito bom isso!mas,precisa avançar as obras mais importantes como a transposição e a transnordestina!

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