Pernambuco: panorama da próxima geração

20110728-014339.jpg

HIPÓTESES Os estudos apontam para duas perspectivas de crescimento: uma mais otimista e outra que dependerá de incertezas críticas.

O destaque da edição número 11 da Pesquisa Empresas & Empresários (E&E) é a apresentação de prováveis cenários para ernambuco nos próximos 25 anos. Especializada em estudos prospectivos, coube a consultoria Multivisão elaborar esses cenários numa tentativa de vislumbrar como será o “Pernambuco da Próxima Geração”, tema da pesquisa deste ano. O economista Sérgio Buarque construiu dois cenários básicos. A boa notícia é que a tendência de crescimento da economia pernambucana se confirma nas duas hipóteses, podendo ser moderada ou vigorosa. A intensidade vai depender de algumas incertezas críticas, vinculadas ao papel do governo e do empresariado local.

No cenário mais otimista, em 2035, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado teria crescido cinco vezes em relação aos R$ 80 bilhões registrados em 2010, alcançando um valor equivalente ao atual PIB do Nordeste (R$ 439 bilhões), chegando a R$ 409 bilhões. Na hipótese mais moderada, a economia se expandiria pouco mais de três vezes, com o PIB atingindo R$ 255 bilhões.

Buarque cita um provérbio árabe para enfatizar que os cenários são hipóteses, com uma infinidade de possibilidades de nuances: “Quem prevê o futuro mente, mesmo quando diz a verdade”. “Para pensar o futuro de Pernambuco é indispensável que se olhe o ambiente externo, com atenção ao que acontece no contexto mundial e brasileiro”, destaca. Nos dois ambientes existem tendências consolidadas e incertezas, que poderão impactar e alterar os cenários.

Na avaliação do economista, o mundo pode contar com a tendência de desconcentração econômica, motivada pelo crescimento dos países emergentes, em especial os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China). Também deverão se confirmar avanços científicos e tecnológicos, envelhecimento da população e movimentos migratórios, além de moderados sinais de mudanças climáticas.

“O cenário mundial será melhor ou pior, dependendo da combinação dessas tendências consolidadas com pelo menos duas hipóteses de incertezas críticas. Por exemplo, se as economias mundiais vão conseguir resolver a questão dos desequilíbrios fiscais e cambiais e criar uma instância internacional de controle dos fluxos monetários. Outro ponto é a definição de acordos relevantes de redução de barreiras, convivendo com aumento de barreiras não-tarifárias (ambiental e social)”, pondera.

O melhor cenário seria de estabilidade e crescimento econômico médio com intensificação do comércio, estabilidade política com multipolaridade, forte demanda mundial de commodities, alimentos, energia e crédito de carbono, além de mudança rápida da matriz energética, com uso de novas fontes. A hipótese adversa seria de crescimento econômico baixo e instável, crescimento com contenção do comércio, instabilidade política controlada e despolarização, média demanda mundial de commodities, alimentos e energia e lenta mudança da matriz energética.

Pela análise da Multivisão, no Brasil devem se consolidar as tendências de austeridade e estabilidade macroeconômica, gestão ambiental rigorosa, envelhecimento da população, formação de uma nova classe média e alta disponibilidade de recursos naturais e energéticos. “O que poderá definir o rumo de um cenário melhor é resolver incertezas críticas como a realização de reformas microeconômicas amplas (trabalhistas, tributárias), aumentar a competitividade, com investimentos em inovação e educação e desenvolver uma política social e regional concentrada em fatores estruturantes de mudança”, enumera Buarque.

Caso resolva esses possíveis entraves, o Brasil terá um cenário mais favorável, com alto dinamismo econômico, integração externa, liderança regional e protagonismo mundial. Diante desse ambiente positivo, a expectativa é de elevação da renda e forte queda da pobreza e da desigualdade social. Também se prevê a tendência de leve desconcentração regional no País, com o desenvolvimento se espalhando por todo o território nacional.

Se não conseguir fazer as reformas microeconômicas e melhorar a competitividade, o cenário B seria marcado por médio crescimento econômico, comércio externo contido, renda estacionada e leve redução da pobreza, além de persistência da concentração regional.

Depois de se debruçar sobre essas condicionantes externas, a Multivisão projetou os cenários para Pernambuco. Os investimentos da ordem de R$ 52,7 bilhões que estão em curso vão garantir a persistência das taxas positivas de crescimento do PIB nos próximos anos. Sérgio Buarque destaca que tendências como a de reindustrialização da economia deverão se confirmar.

Apesar da grande concentração de investimentos na Região Metropolitana do Recife, em função do Complexo de Suape, já se vislumbram algumas possibilidades de melhor distribuição dos empreendimentos em solo pernambucano. Polos como o farmoquímico, no município de Goiana, além do Canal do Sertão e da ferrovia Transnordestina terão contribuição importante na tão perseguida interiorização do desenvolvimento. Outra preocupação é com a internalização dos impactos dos empreendimentos, permitindo que o povo pernambucano e as empresas locais participem ativamente do processo e se beneficiem com a geração de renda e redução das desigualdades sociais.

Além dos cenários globais para o Estado, a Multivisão também apresentou cenários paralelos para os segmentos que serão analisados. Nesta edição da E&E, os setores foram divididos em três categorias: motrizes, carreadores e transversais, se alinhando ao novo desenho do mapa econômico de Pernambuco.

Especial Jornal do Commercio

Um comentário em “Pernambuco: panorama da próxima geração

Adicione o seu

  1. ou seja:o mundo NÃO VAI SE ACABAR,como pintam!e muito legal saber q pernambuco vai continuar crescendo.pena q a nossa”Mídia”,não fale isso.só quando não tem jeito!

Comente agora!

Blog no WordPress.com.

Acima ↑