Arena tenta viabilizar parte financeira

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Investidores conseguem o compromisso de que terão pelo menos R$ 600 milhões para obras do estádio

O Consórcio Arena Pernambuco Negócios, responsável pela construção do estádio pernambucano da Copa 2014, em São Lourenço da Mata, emplacou em três diferentes bancos um limite de crédito que soma R$ 600 milhões para as obras, orçadas em R$ 532 milhões. A última peça a se encaixar nessa engenharia financeira é um empréstimo de R$ 70 milhões de um banco privado, um contrato em fase avançada de negociação com o Santander.

Segundo o consórcio, o limite de crédito maior do que o orçamento atual do projeto seria uma salvaguarda, uma medida para evitar percalços como uma alta inflacionária que afete o custo da obra. A soma de todos os recursos resultando em uma cifra acima do previsto originalmente para a arena evitaria os riscos de necessidade de eventualmente contratar um novo crédito por causa do superaquecimento da construção civil e pesada, além da própria tendência de alta inflacionária de toda a economia brasileira.

Até agora, apenas os financiamentos em bancos oficiais haviam sido divulgados, um de R$ 250 milhões do Nordeste (BNB) e outro de R$ 280 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Frederico Campos, responsável pelo Marketing do Consórcio Arena Pernambuco, informa que os empréstimos dos bancos oficiais demandam um capital próprio mínimo de R$ 48 milhões.

Como o Santander vinha fazendo a assessoria financeira da companhia, a houve uma aproximação natural com a instituição financeira, que sinalizou com uma linha de crédito de R$ 70 milhões.

O banco ainda sugeriu ao consórcio a emissão de debêntures simples, papeis semelhantes aos títulos públicos, com resgate exclusivo em dinheiro. Para o consórcio, a alternativa é considerada mais barata do que uma linha de capital de giro, por exemplo, e por isso a ideia foi aceita pela Arena Pernambuco. Todos os papeis serão comprados pelo próprio Santander.

A Arena da Copa é uma parceria público-privada (PPP) que envolve uma concessão de 33 anos do estádio de 46 mil lugares. O consórcio é formado por duas empresas do grupo Odebrecht. Por exigência da Fifa, autoridade máxima do futebol, a arena precisa ficar pronta em 31 de dezembro do ano que vem, a tempo da Copa das Confederações.

Além de sediar os jogos da Copa em Pernambuco, a Arena da Copa é a âncora de um projeto de construir um megacomplexo imobiliário no terreno de 250 hectares, chamado Cidade da Copa. O investimento previsto é de R$ 2 bilhões e o complexo terá bares, restaurantes, residências, hotelaria e até universidade.

Giovanni Sanes /Jornal do Commercio

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