Mão de obra é desafio para setor de petróleo

Com estabilidade política e econômica e a abertura do mercado, o Brasil é um país “inevitável” para um número cada vez maior de empresas do setor de óleo e gás. Principalmente porque a Petrobras, a empresa mãe do setor no Brasil, tem um plano bilionário de investimentos do qual ninguém quer ficar de fora. Essa é basicamente a visão de Francisco Aristeguieta, diretor da área de serviços financeiros do Citibank para a América Latina e México, sobre a situação atual do país, que tem condições incomparáveis de atração de investimentos, oportunidades e desafios. “O mais difícil já se logrou, que é o modelo político e o processo fiscal estável, sem inflação”, afirma.

O executivo aponta entre os desafios do país prover a indústria de engenheiros, técnicos e principalmente infraestrutura capazes de preparar tantos eventos simultâneos que vão exigir maciços investimentos como a Copa do Mundo de futebol de 2014, a Olimpíada de 2016 e o plano estratégico da Petrobras para o pré-sal. Com alguns parceiros, a estatal prevê aumentar de 2 milhões para 3 milhões de barris por dia a produção de petróleo até 2014/2015 e para 5 milhões de barris/dia em 2020. Os investimentos programados até 2014 são de US$ 224 bilhões, mas estão em fase de revisão. Somente o pré-sal da bacia de Santos vai absorver US$ 73 bilhões em investimentos até 2015, dos quais 74%, ou US$ 54 bilhões, virão da Petrobras e o restante dos seus parceiros (BG, Repsol, Galp e Shell, entre outros). “Será um desafio para o país prover todas as pessoas, os talentos, os trabalhadores e a infraestrutura para fazer tudo o que é preciso ao mesmo tempo”, lembra Aristeguieta.

Michael Roberts,, chefe global do corporate banking e de crédito de capitais do Citibank, compara a situação atual do Brasil, que ele considera desafiadora, à da Noruega na década de 70, no início da exploração de petróleo no Mar do Norte. Ele lembra que na época o país nórdico encontrou as primeiras reservas e atraiu empresas que levaram tecnologia e capital.

A grande diferença com relação ao Brasil é que a Noruega é menor e com necessidades energéticas que puderam ser atendidas facilmente, permitindo a exportação de excedentes da produção de petróleo e a formação de um fundo soberano bilionário. Já o Brasil é um país gigante que descobriu grandes reservas no momento em que ainda tem um enorme mercado para ser atendido.

Os dois executivos avaliam como correta a decisão do governo brasileiro de atrair não apenas a indústria como a transferência de tecnologia para o mercado local no momento em que o país se prepara para viver um “boom” no setor. O próprio Citi começou a investir nesse nicho no país há cerca de dois anos, contratando pessoal com conhecimento sobre a indústria. Além da Petrobras, a sua carteira de clientes no Brasil conta com Odebrecht, Repsol, Chevron, El Paso, Anadarko, Baker Hughes, Transocean, Statoil, Cameron e as chinesas Sinochem e Sinopec.

Roberts compara a situação do país com a Rússia, exportador onde não há segurança regulatória e onde é difícil empresas estrangeiras operarem, e a China, que não produz o suficiente para atender a própria demanda e precisa focar na produção fora do país, para concluir que o Brasil é o melhor local para se estar. “É no Brasil que estamos dispostos a financiar mais projetos. O país tem uma série de atrativos e isso explica o êxito do aumento de capital da Petrobras.”

Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner | Do Rio

2 comentários em “Mão de obra é desafio para setor de petróleo

Adicione o seu

  1. Olá, tenho o curso profissionalizante de petróleo e gás e atualmente estou cursando o segundo periodo do curso de graduaçao em petróleo e gás na Estácio. Desejo muito trabalhar ou estagiar na área para adquirir experiencia no setor, mas nao estou conseguindo enviar meu curriculum para as empresas que trabalham neste segmento, gostaria muito de receber mais informaçoes obrigado.

Comente agora!

Crie um website ou blog gratuito no WordPress.com.

Acima ↑